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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO DA USP
Área de Concentração Paisagem e Ambiente


AUP5871 - REPRESENTAÇÕES DA PAISAGEM BRASILEIRA: NATUREZA, ARTE E CULTURA
Prof. Resp. Euler Sandeville Junior
Período: 01/09/2020 a 08/12/2020 (15 semanas)
A disciplina será integralmente oferecida em modo remoto síncrono

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TEMA 2020: UM NOVO MUNDO POR DESCOBRIR

O objetivo desta disciplina é estudar representações das paisagens brasileiras discutindo-as em uma perspectiva histórica cultural de longa duração, a partir de ensaios sobre diferentes séries documentais selecionadas (narrativas, memórias, relatórios, artes plásticas, música, cinema, e outras fontes), procurando desvendar os contextos históricos em que são produzidos, o ideário que mobilizam, suas percepções e representações.

Contribui para discutir e indagar a compreensão de fatores históricos da configuração e transformação de nossas paisagens, vistas não apenas como forma, mas como experiência humana e elaboração cultural. Essas séries nos permitem pensar sobre visões de estrangeiros e brasileiros sobre si mesmos e os outros em diferentes momentos históricos, suas paisagens e as “nossas”, colocando em discussão seus projetos e suas visões sobre o mundo e o seu tempo.



1325, Ilha de Brasil, mencionada no início do século XIV em mapa do cartógrafo genovês Angellinus Dalorto, pertencente à Coleção Príncipe Corsini, da Biblioteca de Florença, Itália.


A disciplina estabelece um conjunto de estratégias tanto para as seleções temáticas quanto para a produção discente em seu decurso. São selecionados temas e documentos em um longo e diverso período do início da colonização até os tempos recentes, colocados em sua historicidade (nesta edição estamos decidindo se iremos até o modernismo ou a um período mais recente). Essas séries não pretendem dar conta de uma história da arte ou da cultura brasileira, da nacionalidade ou de suas interpretações, mas dialogar com esses campos. Os temas do programa são ensaios e não se preocupam em esgotar ou oferecer uma visão totalizante em nenhum sentido, mas problematizar uma condição poética e existencial fundamental para pensar (não resolver) a cultura e, ao termo das atividades, problematizar, em alguma medida, a cultura contemporânea.

Embora essas fontes sejam diversas, e não se relacionem necessariamente entre si, posto que são recortadas a partir da intencionalidade de cada ensaio, em seu conjunto vão permitindo uma discussão dos diversos olhares históricos, dos pressupostos intelectuais e sensíveis que os mobilizam, convidando a colocá-los em uma perspectiva ampliada a cultura.

As aulas expositivas amparam-se em uma rica iconografia e em uma problematização do período e documentos de época que terão importância na narrativa proposta. Eventualmente, a cada aula poderá ser indicado um documento para estudo dos alunos ou bibliografia de apoio.

A disciplina se organiza habitualmente em três módulos, com o conteúdo programático que segue. No momento de publicação desta apresentação da disciplina para 2020 estou avaliando no Plano de Ensino o quanto avançaremos nos dois últimos módulos, a vista de experiências anteriores e das condições peculiares do ano em curso. Em função de ser uma primeira edição inteiramente à distância, uma série de questões estão sendo consideradas visando o acesso a conteúdos digitais e a participação e aproveitamento dos alunos regulares do Programa e de ouvintes acolhidos pela disciplina.

I PARTE. UM NOVO MUNDO (XV-XVIII): PARAÍSO E INFERNO NOS TRÓPICOS.

O novo mapa do mundo e a invenção dos trópicos. A construção do imaginário de um Novo Mundo. A construção de uma natureza tropical brasileira. A catalogação do mundo. A exploração da terra e territorialidades em contradição. Os homens e as paisagens.

II PARTE. UM MUNDO MODERNO (XIX-XX): “SAÍMOS EM BUSCA DO BRASIL”.

O olhar do estrangeiro e do nacional e as representações do Brasil. Uma nação nos trópicos. A construção de uma paisagem tropical brasileira. Natureza e modernidade. Paisagens construídas. Visões da natureza, da cidade e da cultura no âmbito de um projeto de modernidade no século XIX e XX no Brasil.

III PARTE (DEPOIS DE 1945). VISLUMBRES DE NÓS MESMOS: UM NOVO TEMPO?

Estamos avaliando se iremos adentrar este módulo, sendo provável reservar duas aulas para uma problematização inicial.

São referência para o campo em que se recorta o conteúdo neste ano O Brasil dos Viajantes de Ana Belluzzo (BELLUZZO, 2000), o meu doutorado, As Sombras da Floresta. Vegetação, Paisagem e Cultura no Brasil (SANDEVILLE JR., 1999) e o livro Poética Tropical(SANDEVILLE JR. e ARAGÃO, 2019), entre outras referências que serão indicadas.


apoio: representação e imaginário ↑

É preciso, portanto, conceber não apenas a distinção, mas também a confusão entre real e imaginário; não apenas sua oposição e concorrência, mas também sua unidade complexa e sua complementaridade. É preciso conceber as comunicações, transformações e a permutação real <-----> imaginário. E é isso que é muito difícil de conceber Edgar Morin, 2014 [1977]



1515-1519 Terra Brasilis, mapa do Atlas Miller, Lopo Homem com Pedro e Jorge Reinel (atrib.). Manuscrito iluminado sobre pergaminho 41,5x59 cm.
Cícero Dias, Macunaima desce por este mundo afora, s/d. Lápis de cor e nanquim sobre papel, 14,4x9,3 cm em anotação doada a Mario de Andrade (acervo do IEB USP).
Flávio de Carvalho, Experiência nº 3, 1956, desfilando pelas ruas do centro de São Paulo quando apresentou o traje masculino de verão, o "New Look". Nesse ano o artista escrevia para a coluna A Moda e o Novo Homem, publicada no Diário de S.Paulo.

REFERÊNCIAS CITADAS

BELLUZZO, Ana Maria de Moraes. O Brasil dos viajantes. 4a. ed., Vol. I -III. Rio de Janeiro: Fundação Odebrecht, 2000

DOSSIÊ BRASIL DOS VIAJANTES. Revista da USP, n. 30, 1996. .

MORIN, Edgar. O cinema ou o homem imaginário: ensaio de antropologia sociológica [1956, Prefácio da edição de 1977]. Trad. Luciano Loprete. São Paulo: É Realizações, 2014.

SANDEVILLE JR., Euler. As Sombras da Floresta. Vegetação, Paisagem e Cultura no Brasil. Orientadora: Miranda Magnoli. São Paulo: Tese de Doutoramento, FAU USP, 1999.

SANDEVILLE JUNIOR, Euler, ARAGÃO, Solange de. Poética Tropical. São Paulo: Alameda, 2019. Disponível para aquisição .










Aprender entre outros, uns com os outros, para gerar ideias de ações melhores para o Século 21.
O mundo que ajudarmos a construir, sabendo disso ou não, é aquele em que viveremos.
O mundo não será diferente das atitudes que tomamos.



Animação de Euler Sandeville, provável 2001


religare ↑

espiral da sensibilidade e do conhecimento ↑



uma proposta de Euler Sandeville Jr.



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