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ESTE MUNDO ESTÁ EM GUERRA: O ABSURDO INSANO DA VIOLÊNCIA E DA GUERRA
Euler Sandeville Jr.
versão inicial 2009. Complemento, nov. 2022

como citar:
SANDEVILLE JR., Euler. “Este mundo está em guerra: o absurdo insano da violência e da guerra“. A Natureza e o Tempo (o Mundo), on line, São Paulo, 2009/2022.


Esta é uma página de protesto, indignação e tristeza, mas também de convite à solidariedade e a uma consciência pela paz diante do mal que a violência causa. Apresentamos aqui apenas um pequeno indício da violência do mundo contemporâneo: NÃO PODEMOS NOS ACOSTUMAR COM A VIOLÊNCIA E A GUERRA. Violência à qual nos habituamos nna imaginação através dos filmes como se fosse imaginação e do noticiário como se fosse distante, nos habituamos ao medo e na insegurança diante da possibilidade aleatória de sofrê-la na própria pele, no corpo e nos afetos e nos fechamos aos outros. Mas nem sempre vemos, de fato a dor, a perda e a destruição que tudo isso causa.

A violência pode também se tornar uma experiência cotidiana aos países que não vivem em um estado de gerra ou confrontação civil, como os 14.000 presos no Irã por protestarem contra o assassinato de uma jovem de 22 anos em função de traje que usava. Manifesta-se em crimes hediondos localizados, decorrentes de conflitos étnicos, religiosos, políticos, de exclusão de populações, do terrorismo, da corrupção, de pessoas armadas que atiram por ódio contra alvos humanos como aconteceu ainda em novembro deste ano no Brasil e tem acontecido em outros momentos aqui e são frequentes nos EUA e outros locais.

Em 2022, além da guerra da Rússia contra a Ucrânia e das instabilidades entre China e Taiwan, e instabilidades aqui mesmo em nosso país, diversos conflitos armados, alguns prolongados, estavam em curso decorrentes de guerras, rivalidades étnicas, disputas territoriais e repressão de governos, como na Etiópia com relatos de assassinatos de civis e estupros em massa. Além da destruição direta, esses conflitos destroem a economia e a seguranças das pessoas, com ondas de refugiados como está ocorrendo no Afeganistão, Ucrânia, Síriade onde 5,6 milhões fugiram da guerra civil no país, segundo o Metrópoles (metrópoles.com, , onde encontramos também a seguinte relação:

Turquia — Conflitos armados com curdos
Síria — Guerra civil
Azerbaijão — Conflito Nagorno Karabakh
Paquistão — Militância islamita
Afeganistão — Atuação do Talibã
Índia — Conflito com o Paquistão na Caxemira
Myanmar — Crise dos Rohingya
Iêmen — Guerra civil
Líbia — Guerra civil
Somália — Conflito militar-civil
Etiópia – Conflito Tigray
Sudão do Sul — Guerra civil
República Centro-Africana — Conflito armado
República Democrática do Congo — Conflito armado
Moçambique — Terrorismo interno em Cabo Delgado
Nigéria — Boko Haram
Mali — Conflito armado civil

Este mundo está em guerra! A guerra, de uma nação contra outra, de um povo contra outro, a guerra civil, étnica, política, de uma pessoa contra a outra, qualquer que seja ela, é uma coisa horrível, pessoas mortas, feridas, casas destruídas, medo, privação, ansiedade, fome, doenças, destruição, opressão; expressões das maldades humanas. Crime!

Seguem paenas alguns exemplos da gravidade e extensão da destruição causada por esses conflitos, depois apresenta-se um breve comentário do custo da guerra com dados de 2006. 2007 e 2008, do poderio de morte dos países em 2020 e dos maiores investimentos para a destruição do outro (também chamados de "gasto com defesa) em 2021.


1933-1939 alvo: HUMANIDADE agressor: Alemanha
Forças Armadas alemãs cresceram de 100.000 soldados para 3.800.000 (mais de 35 vezes)

1943-1945 alvo: HUMANIDADE agressor: Alemanha
Em Auschwitz foram mortas 1.600.000 pessoas desde 1943

foto de prisioneiro de campo de refugiado,
fonte: rumoatolerancia.fflch.usp.br

1937 alvo: povo CHINÊS agressor: Japão
Assassinados mais de 300.000 civis pelo exército japonês após a conquista de Nanguim. Após a Segunda Guerra diversos oficiais japoneses foram enforcado por crimes de guerra por esses crimes.

Bebê nos destroços da  Estação ferroviária de Xangia, bombardeada pelos japoneses.
fonte: wikipedia

1933-1939 alvo: HUMANIDADE agressor: Estados Unidos da América
Quando a Guerra começou o exército esadunidense tinha um efetivo de 200.000 soldados, ao fim da Guerra tinha um efetivo de 8.000.000 de soldados.

1941-1945 Alvo: UNIÃO SOVIÉTICA, agressor: Alemanha e seus aliados
20.000.000 de mortes

1939-1945 Alvo: HUMANIDADE, agressor: Estados nacionais, grupos para-militares indústria bélica, políticos
 II Guerra Mundial: 53.000.000 de mortos!!!!

1941-1949 Alvo: UNIÃO SOVIÉTICA, agressor: UNIÃO SOVIÉTICA
Estima-se que cerca de 3,3 milhões de pessoas foram deportadas sob ordens de Stalin para a Sibéria ou para republicas asiáticas. Separatismo, resistência/oposição ao governo soviético e colaboração com a invasão alemã eram alguns dos motivos oficiais para as deportações.

Número de mortos em perseguições movidas por Stalin, primeira estimativa foi obtida nos arquivos abertos da URSS em 1991, a segunda estimativa é do escritor russo Vadim Erlikman
Executados: 800 mil  x  1,5 milhão
Fome e privações (gulags): 1,7 milhões   X   5 milhões
Reassentamentos forçados (deportados): 389 mil   X   1,7 milhão
o Prisioneiros civis: ?   X    um milhão
o Total: aproximadamente três milhões  X    aproximadamente nove milhões
Estima-se que nos gulags, sistema de campos de trabalhos forçados para criminosos e presos políticos da União Soviética, que funcionou de 1918 até 1956) tenham morrido cerca 56.6 milhões de pessoas!!!!!

1945 Alvo: DRESDE, Alemanha, agressores: Reino Unido (Inglaterra) e Estados Unidos da América
13 e 14 de fevereiro de 1945: bombardeiam Dresde com mais de 1300 aviões, "que mataram, segundo uma testemunha alemã, quase 200mil pessoas, a maioria calcinada por ventos e chamas de 500 graus centígrados" Tota, Pedro, 2008

1945 Alvo: HIROSHIMA (330 mil habitantes), Japão, agressor: Estados Unidos da América
Utilização da Boba Atômica, arma de extermínio em massa, matando cerca de 130 mil pessoas e feriu-se a outras 80 mil; 221.893 mortos é o total das vítimas da bomba reconhecidas oficialmente. O projeto da bomba atômica (1941-45) custou US$20.000.000.000.

vítimas do bombardeio de Hiroshima e Presidente H. Truman, EUA, mandante do massacre

Maquete de Hiroshima antes e depois de H. Truman, fonte: wikipedia

1940-1945 alvo: HUMANIDADE agressor: indústria bélica dos EUA
Das fábricas da Boeing, Ford, General Motors, Martin, Douglas, North American, Lockheed, Courtiss, Bell, Grumman, saíram 304.887 aviões de guerra.

1940-1945 alvo: HUMANIDADE agressor: indústria bélica Alemã
Os alemães produziram 108.601 aviões de guerra. Lideravam a indústria bélica Alemã a Krupp e a Thyssen.

1945 Alvo: alemães, agressor: Estados Unidos da América, URSS, RDA e RFA
Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar.

1972-1973 alvo: CAMBODJA, agressor: EUA
Bombardeios estadunidenses no Cambodja produzem 500.000 vítimas entre os cambojanos.

1975-1979 alvo: CAMBODJA, agressor: Cambodja
1.700.000 pessoas morreram em conseqüência de execução, tortura, fome ou trabalhos forçados nos campos do Khmer Vermelho. Estimativas moderadas fala em 1.000.000 de mortes. O Museu do Genocídio Tuol Sleng é um museu em Phnom Penh, capital do Camboja, aberto em 1980. Choeung Ek) foi o principal local de execução e vala comum dos prisioneiros do Kampuchea Democrático, regime do Khmer Vermelho. Choeung Ek é um memorial, cujo elemento principal é uma stupa budista na qual são guardados mais de 5.000 crânios humanos, muitos dos quais quebrados ou amassados.

fonte: BBC Brasil: "Memorial lembra 1,7 milhão mortos por Khmer"  

1990-1994 alvo: CURDOS, agressor: Turquia (armas estadunidenses)
repressão turca gera mais de 1.000.000 de refugiados curdos

1991-1995 alvo: BÓSNIA, CROÁCIA E SÉRVIA, agressor: Sérvia e OTAN
guerra que deixou 200.000 mortos e 2.700.000 de refugiadosna antiga Iugoslávia. Clinton pede envio de 20000 soldados dos EUA, para integrar a força de 60000 soldados da OTAN no plano de paz.

1985-1995 alvo: CRIANÇAS, agressor: Estados nacionais e grupos para-militares
Relatório O Progresso das Nações 2005, do Fundo da ONU para a Infância (UNCEF) revelou que nesse período 2.000.000 de crianças e adolescentes morreramem guerras, cerca de 5.000.000 ficaram inválidas e pelo menos 12.000.000 foram privadas de suas moradias. Em 62 países (Cambodja, Afeganistão, Angola etc.) há 100.000.000 de minas de guerra enterradas e ativas. Em Ruanda 300.000 crianças morreram na guerra civil, na Bósnia Herzegovina 70% das crianças perderam suas casas e 60% presenciaram mortes ou massacres.

Veja os gastos e o poderio para a morte dos países mais armados e os que mais investem na preparação para a guerra.

Segundo dados do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri, financiado pelo governo sueco), divulgados pela Folha de São Paulo (10/06/2008, pg A12) os gastos militares cresceram no século 21 em 45%. Apenas em 2007 foram gastos US$1,34 trilhões, equivalente a 2,5% do PIB mundial. Essa porcentagem, escandalosa se pensarmos os gastos com finalidades sociais, e o volume desse PIB mundial, indicam que a fome e a miséria não são um proiblema de falta de recursos, mas de falta de caráter.

A espantosa cifra de 45%, quase metade desses gastos militares, é dispendida por uma única nação do mundo: os EUA! Os países que o seguem são China e Reino Unido com 5% cada, França e Japão com 4% cada, Alemanha, Rússia Arábia Saudita e Itália com 3%, Índia e Coréia do Sul com 2% e Brasil, Canadá, Austrália e Espanha com 1%.

É relevante notar que 83% dos gastos militares do mundo estão a cargo de apenas 15 países, entre eles o Brasil, o que, descontado os EUA que conencentram 45% desses gastos, resulta que outros 14 países realizam 38% dos gastos militares mundiais no século que se inicia.

Chama atenção de que, embora os conflitos armados concentrem-se, segundo imaginamos no Oriente Médio e outras regiões da Ásia, dentre esses países com gastos mais elevados, apenas China, Japão, Arábia Saudita, Índia e Coréia do Sul localizam-se nessas regiões, com 20% dos gastos mundiais.

Segundo o Sipri, 80% das vendas de armas foram realizadas por 5 países, todos exceto um distantes das principais áreas de conflito armado: Estados Unidos (US$14 bilhões), Rússia (US$6,5 bilhões), França (US$5,1 bilhões), Reino Unido (US$3,8 bilhões) e Israel (US$3 bilhões), apenas em 2006, o que significa, só pelas vendas de armas efetuadas por esses 5 países um volume de negócios contra a vida de US$32 bilhões. As armas desses 5 principais exportadores foram compradas sobretudo por Coréia do Sul, Israel, Emirados Árabes, China, Índia, Venezuela, Turquia, Grécia, África do Sul, Arábia Saudita, e outros.

Já os países importadores concentram-se nas regiões que agregam esses conflitos, embora não necessariamente envolvidos neles: China (US$12 bilhões), Índia (US$8 bilhões), Emirados Árabes (US$7bilhões), Grécia (US$7 bilhões), Coréia do Sul (US$5 bilhões). Isso faz pensar que a circulação de armas também se dê por outros modos.


"Países com forças armadas mais poderosas baseado no ranking Global Firepower em 2020.[1] Os fatores que foram levados em consideração para formular o poder militar e os seus pesos foram: número de tropas em serviço ativo nas forças armadas, força terrestre (tanques, veículos blindados, projetores de foguetes e baterias de artilharia, robôs), força naval (porta-aviões, fragata, destroyer, corvetas, submarinos e navios patrulha) e força aérea (asa fixa e rotativa). O Índice de Poder Militar inclui 138 forças armadas mais poderosas e não põe em conta o real nível de treinamento que elas podem ter, nesse artigo terá apenas as 14 mais poderosas", fonte: wikipedia


O gasto com a morte ou com o medo do outro:

fonte: Exame



como citar:
SANDEVILLE JR., Euler. “Este mundo está em guerra: o absurdo insano da violência e da guerra“. A Natureza e o Tempo (o Mundo), on line, São Paulo, 2016.








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