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APRESENTAÇÃO

O projeto Biosphera21 sítio é um repositório de mais de 40 anos de minha produção, que está sendo disponibilizada progressivamente, envolvendo estudos relacionados às formas de construção e valoração das paisagens contemporâneas, história da cultura e suas representações sociais em especial através de estudos do Brasil, ensino e pesquisa nessas temáticas, experimentações poéticas e críticas, fé cristã e espiritualidade, segundo valores e conteúdos apresentados da Espiral da Sensibilidade e do Conhecimento partilhados pelos diversos projetos, voltado para valores éticos e sensíveis do desenvolvimento humano.

Ao reunir progressivamente neste sítio mais de 40 anos de trabalho, a ideia não é apenas ser um repositório; o próprio sítio é pensado como um ambiente poético, de ensino e pesquisa, formação, reflexão e desenvolvimento de projetos. Tem como foco central a crítica da cultura contemporânea em sua historicidade, o estudo da sabedoria ancestral judaico-cristã, a recusa dos fundamentalismos políticos, a busca de uma postura não alinhada com ditames ideológicos e partidários de quaisquer vertentes, a recusa das formas de violência, preconceito e injustiça.

Olhando em retrospectiva, basicamente meus trabalhos estão organizados em duas linhas principais de indagação e ação:

  1. Os estudos históricos e culturais se fundam em uma perspectiva crítica e de longa duração das visões de mundo e da natureza, da condição humana.
  2. Os processos de compreensão e intervenção nas paisagens se fundam em princípios éticos e colaborativos de construção de conhecimentos e solução de problemas, de promoção da justiça social e de qualificação do ambiente comum.

O Este mundo está em guerra, embora muitos de nós desejem e busquem a paz. O mundo que ajudarmos a construir, sabendo disso ou não, é aquele em que viveremos. O mundo não será diferente das atitudes que tomamos. Nossa aventura é a indagação em percurso da condição humana em nossa breve e intensa experiência de existirmos em transformação no mundo, nossa necessidade de construção de significados e buscas de respostas, nossas dificuldades e possibilidades de uma melhor coexistência, nosso reconhecimento de que existimos em uma condição que transcende a nós mesmos, como transcende infinitamente e o que supomos conhecer.

Viver em sociedade, ou simplesmente viver, é aprender entre outros. Nós nos formamos entre outros, em relação com outros; a existência é uma condição relacional. Silenciarmos as razões e significados de nossa aprendizagem não emudece nem oculta a realidade de nosso processo de aprendizagem uns com os outros, entre outros, nem a natureza de nossas relações e suas dificuldades. Nosso descuido com esse processo não suprime a aprendizagem nem camufla a realidade, apenas as qualificam mal e condiciona mal o processo educativo em que nos formamos entre outros.

O saber quando não humaniza deprava.
Refina o crime e torna mais degradante a covardia. (Mikhail Bakunin?)

Inversamente, qualificarmos ética e solidariamente nosso processo de aprendizagem, de existir e aprender no mundo transformando-o a partir de valores serenos e duradouros, é um desafio educativo de primeira necessidade. Daí porque a persistência

embora não sejam coisas fáceis e demandem longo e verdadeiro aprendizado, são hoje buscas e valores mais do que necessários inclusive em nossa ação profissional, são um esforço de concreto de resistência à banalização da vida humana e de resgate da esperança e da confiança em relações melhores na transformação do nosso mundo.

Todos nós sabemos que o processo educativo não se restringe à escola, de modo que todo nosso processo existencial e relacional urge ser repensado com solidariedade, com afeto, com responsabilidade, com profundidade. As nossas escolas revelam tanto de nossa sociedade quanto nossas paisagens, esses espaços de convivência e de formação mútua do qual não podemos nos esquivar. Por isso, mesmo sabendo que o processo educativo não se restringe à escola, mas que ela é um espaço privilegiado de formação e realização de possibilidades humanas, abri minha Livre Docência desta forma:

“Imagino na entrada das universidades um monumento aos alunos sem nome dos ciclos básicos. Seguramente acompanhado do monumento aos professores sem nome. Estas são pessoas muito importantes, às quais não se dá importância alguma, senão quase que só numérica, no país. Esse monumento tem muita razão de ser, e é invisível, como os humanos aos quais é dedicado. É construído com ideias e afetos, com ações e experimentações. Tem uma espacialidade que se estende como uma respiração através de todos os meandros da instituição, reanimando as pessoas que estão sedentas de ar puro. Não com matéria, nem certificados, nem com registros. É criado animado por um espírito livre, como um sopro quase imperceptível, como passa imperceptível a multidão à qual se refere (dezenas de milhões!). Este monumento sem nome, deve nos lembrar uma espiral em busca da sua verdade com e diante dos outros, solidária: aprendizado.”
Euler Sandeville Jr. Paisagens Partilhadas. São Paulo: Tese de Livre  Docência, FAU USP, 2011.



este mundo está em guerra, embora muitos de nós desejem e busquem a paz;busquemos a paz

Aprender entre outros, uns com os outros, para gerar ideias de ações melhores para o Século 21.
O mundo que ajudarmos a construir, sabendo disso ou não, é aquele em que viveremos.
O mundo não será diferente das atitudes que tomamos.



Criar as ideias para o sofrido século XXI
Animação de Euler Sandeville (provável 2001)

É muito conhecida a frase de Gandhi: “Precisamos ser a mudança que queremos ver no mundo”. Mas nem sempre as pessoas pensam que não ser essa mudança é ser um pouco daquilo que não gostamos de ver no mundo.









Aprender entre outros, uns com os outros, para gerar ideias de ações melhores para o Século 21.
O mundo que ajudarmos a construir, sabendo disso ou não, é aquele em que viveremos.
O mundo não será diferente das atitudes que tomamos.



Animação de Euler Sandeville, provável 2001


religare ↑

espiral da sensibilidade e do conhecimento ↑



uma proposta de Euler Sandeville Jr.



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