por um conhecimento livre e sensível, por um mundo livre e em paz
Biosphera21 e Espiral da Sensibilidade e do Conhecimento são um projeto crítico-criativo e um portal para conteúdos envolvendo estudos relacionados
O que se procura é o aprendizado em constante amadurecimento segundo valores e conteúdos apresentados da Espiral da Sensibilidade e do Conhecimento, partilhados pelos diversos projetos, voltado para valores éticos e sensíveis do desenvolvimento humano.
BIOSPHERA21-mapa mental. Org. Euler Sandeville Jr., 2019
história da natureza e da cultura + paisagens contemporâneas + ações educativas e socioambientais
O projeto Biosphera21, como a Espiral da Sensibilidade e do Conhecimento, são um ambiente autônomo. A ideia não é apenas ser um repositório; o próprio sítio é pensado como um ambiente poético, de ensino e pesquisa, formação, reflexão e desenvolvimento de projetos.
A reunião desse material poético, de pesquisa, formação e desenvolvimento de projetos, tem me possibilitado refletir e organizar minha produção e torná-la progressivamente acessível. Daí porque a sistematização na seção princípios é importante. O presente está prenhe do que seremos: responsabilidades, ilusões necessárias e promessas do devir.
O meu trabalho, decorrente de um longo percurso de mais de 40 anos, tem como foco central a crítica da cultura contemporânea em sua historicidade, o estudo da sabedoria ancestral judaico-cristã, o desenvolvimento de diagnósticos e políticas públicas para a paisagem e educativas, a recusa dos fundamentalismos políticos, a busca de uma postura não alinhada com ditames ideológicos e partidários de quaisquer vertentes, a recusa das formas de violência, preconceito e injustiça.
Olhando em retrospectiva minha produção, ao longo dessas mais de quatro décadas, basicamente meus trabalhos estão organizados em duas linhas principais de indagação e ação que se entrelaçam em meus estudos e projetos intelectuais-sensíveis:
Os estudos históricos e culturais se fundam em uma perspectiva crítica e de longa duração das visões de mundo e da natureza, da condição humana.
Os projetos se fundam em princípios éticos e colaborativos de construção de conhecimentos e solução de problemas, de promoção da justiça social e de qualificação do ambiente comum.
Viver em sociedade, ou simplesmente viver, é aprender entre outros. Nós nos formamos entre outros, em relação com outros; a existência é uma condição relacional. Silenciarmos as razões e significados de nossa aprendizagem não emudece nem oculta a realidade de nosso processo de aprendizagem uns com os outros, entre outros, nem a natureza de nossas relações e suas dificuldades. Nosso descuido com esse processo não suprime a aprendizagem nem camufla a realidade, apenas as qualificam mal e condiciona mal o processo educativo em que nos formamos entre outros.
O saber quando não humaniza deprava.
Refina o crime e torna mais degradante a covardia. (Mikhail Bakunin?)
Inversamente, qualificarmos ética e solidariamente nosso processo de aprendizagem, de existir e aprender no mundo transformando-o a partir de valores serenos e duradouros, é um desafio educativo de primeira necessidade. Daí porque a persistência
embora não sejam coisas fáceis e demandem longo e verdadeiro aprendizado, são hoje buscas e valores mais do que necessários, inclusive em nossa ação profissional: são um esforço concreto de resistência à banalização da vida humana e de resgate da esperança e da confiança em relações melhores na transformação do nosso mundo.
Todos nós sabemos que o processo educativo não se restringe à escola, de modo que todo nosso processo existencial e relacional urge ser repensado com solidariedade, com afeto, com responsabilidade, com profundidade. As nossas paisagens revelam para além da mera aparência nossas condições sociais e relacionais, constituindo estruturas socioespaciais e espaços de convivência e de formação mútua do qual não podemos nos esquivar. Daí a importância da qualificação contínua dos nossos processos de aprendizagem em percurso.
“Imagino na entrada das universidades um monumento aos alunos sem nome dos ciclos básicos. Seguramente acompanhado do monumento aos professores sem nome. Estas são pessoas muito importantes, às quais não se dá importância alguma, senão quase que só numérica, no país. Esse monumento tem muita razão de ser, e é invisível, como os humanos aos quais é dedicado. É construído com ideias e afetos, com ações e experimentações. Tem uma espacialidade que se estende como uma respiração através de todos os meandros da instituição, reanimando as pessoas que estão sedentas de ar puro. Não com matéria, nem certificados, nem com registros. É criado animado por um espírito livre, como um sopro quase imperceptível, como passa imperceptível a multidão à qual se refere (dezenas de milhões!). Este monumento sem nome, deve nos lembrar uma espiral em busca da sua verdade com e diante dos outros, solidária: aprendizado.”
Euler Sandeville Jr. Paisagens Partilhadas. São Paulo: Tese de Livre Docência, FAU USP, 2011
Dado o caráter de reunião de um conjunto grande de arquivos e fontes, agradecemos eventuais correções que possam mostrar-nos ou contribuições que queiram dar-nos na complementação do material.
Euler Sandeville Jr., setembro/novembro de 2019
BIOSPHERA21-mapa mental. Org. Euler Sandeville Jr., 2019
como citar material desta página:
SANDEVILLE JR., Euler. Projeto Biosphera21. São Paulo, Projeto Biosphera21, online, 2019. Disponível em http://biosphera21.net.br, acesso em [dia] de [mês] de [ano] .
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