[sumário nível 1]
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO E DE DESIGN DA USP
Departamento de Projeto - Paisagem e Ambiente
Departamento de História da Aquitetura e Estética do Projeto

Objetivos
Apresentar um panorama da história do paisagismo e suas relações com a cidade, arquitetura, ambiente e arte, a partir da análise de projetos e de sua contextualização, bem como das transformações das paisagens e da cultura no decorrer de sua concepção e apropriação. Possibilitar uma compreensão da transformação histórica desses campos, seus significados, linguagens, problematizações e objetos enfrentados. Proporcionar aos alunos parâmetros para análise crítica e estudo do projeto e do planejamento da paisagem.
Cronograma previsto para as aulas (confira sempre a última atualização)
Toda intervenção no espaço, objeto primeiro da Arquitetura e Urbanismo e Arquitetura da Paisagem, é sempre uma ação na paisagem. Vem carregada de valores, visões de mundo e juízos embrenhados nos saberes, tradições e técnicas, bem como na construção social do espaço. Suas relações socioculturais com a natureza em que se inserem e que transformam em paisagens, expressam visões de mundo e apontam para as formas existentes em uma cultura e contexto histórico e sobre aquelas que se deseja. Em uma longa perspectiva histórica mostram diferentes formas de habitar o mundo, suas complexidades, crenças, valores, contradições, esperanças.
03.03 a 14.04. I- A AURORA. JARDINS NA PAISAGEM ANTES DA PALAVRA PAISAGEM
Palavras que desafiam os Conceitos e as Categorias. As origens da paisagem antes da palavra paisagem. A antiguidade das ações nas paisagens e dos jardins nas culturas humanas (março a abril)
28.04 a 19.05. II. JARDINS NA DOBRADURA DO TEMPO
Jardins na renascença italiana, no barroco francês e no pinturesco inglês. Jardins de uma modernidade em crise no século XIX e início do XX. (abril a maio)
02.06 a 30.06. III. JARDINS PLANETÁRIOS EM PAISAGENS À DERIVA (O POENTE)
Esperanças, ilusões e desafios críticos em um mundo globalizado. Jardins contemporâneos (junho)
Justificativa
A FAU USP foi pioneira na pesquisa sobre o projeto, planejamento da paisagem e história do paisagismo. Quanto à prática do projeto e do planejamento, o AUP introduziu desde os anos 1970 a variável ambiental e urbanística nas considerações do projeto, em um conjunto de disciplinas obrigatórias e optativas que fornecem aos alunos da graduação uma aproximação com essa área da atuação do Arquiteto e Urbanista. No que se refere à história e crítica da paisagem e do paisagismo, o AUH oferece uma única disciplina optativa, restrita à paisagem brasileira.
Cabe oferecer aos alunos de graduação uma formação ampliada e consistente referente a esse campo projetual, uma vez que as disciplinas estritamente de projeto não têm como aprofundar essa temática, nem deter-se na análise de projetos de diversas épocas. Além disso, há a necessidade de disciplinas que valorizem especificamente estudos relacionando paisagem, paisagismo, arquitetura, urbanismo e arte, desenvolvendo e explorando meios para esse fim, como o aprofundamento da própria atividade projetual, de sua contextualização e do modo de enfrentar problemas, convergindo do repertório histórico até um questionamento da produção e do modo de produzir contemporâneo.
A opção adotada é de introduzir a questão histórica desse campo projetual como consciência crítica, com ênfase em projetos e processos de intervenção nas diversas escalas usuais dessa atividade. A disciplina vem atender a uma demanda por esses conteúdos no que se refere a sua dimensão mais conceitual, de modo a relacionar o estudo da história ao exercício do projeto, seus enfoques, suas opções, problemas enfrentados, resultados formais e seu papel social em cada contexto específico.
As novas DCNs incluíram como campo de formação e atuação do arquiteto e urbanismo a designação de “arquitetura e urbanismo e arquitetura da paisagem”, ensejando o aprofundamento projetual e de pesquisas e a compreensão histórica do campo projetual e suas referências.
Observações importantes
Visando possibilitar ao aluno de graduação uma introdução ao campo abrangido em sua historicidade, bem como referencial projetual de diferentes períodos e contextos históricos, adotamos como material didático de apoio o livro “The landscape of Man. Shaping the environment from history to present day” de Geofrey e Suzan Jellicoe (1987, temos versão em espanhol) e recomendamos para uma leitura que avence os conteúdos neste semestre o “projetar a natureza. Arquitetura da Paisagem e dos jardins desde as origens até a época contemporânea” de Franco Panzini (2013), reservados na biblioteca para a disciplina.
Secundariamente recomendamos A História da Cidade de Leonardo Benevolo (1983) e o “Atlas da história do Mundo” organizado por Geoffrey Barraclough, Norman Stone e Geoffrey Parker (1995). Esse material de referência tem a visão e datação das escritas dos autores, de modo que será apresentado tanto como base para um repertório e discussão didático quanto em uma perspectiva discutida dos conteúdos.
A disciplina está centrada em aulas expositivas, ilustradas com fotos, gravuras e esquemas em que é apresentado o conteúdo e seminários sobre os temas das aulas expositivas e textos básicos.
Bibliografia básica indicada para a disciplina
Bibliografia básica de apoio sugerida
Forma de Avaliação
Seminários com debate coletivo sobre temas e textos selecionados, com entrega de relatório fundamentado.
Terão direito a recuperação, todos os alunos que obtiverem nota mínima 3,0 (três) e frequência mínima de 70%, de acordo com as normas vigentes.
Bibliografia geral (Programa da disciplina)
ARAGÃO, Solange. Ensaio sobre o jardim. São Paulo: Global, 2008.
BESLER, Basilius. Hortus Eystettensis. The Book of plants. The complete plates. London: Taschen, 2007.
BROWN, Jane. The modern Garden. New York: Princeton University Press, 2000.
BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desenho e desígnio: o Brasil dos engenheiros militares (1500-1822). São Paulo: EDUSP; Fapesp, 2011.
BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira (Org.). Caminhos da história da urbanização no Brasil-Colônia. Dossiê. Anais do Museu Paulista. 2. ed. São Paulo: Museu Paulista, 2012. v. 20.
CARNEIRO, Ana Rita Sá, SILVA, Aline de Figueirôa, SILVA, Joelmir Marques da. Jardins de Burle Marx no Nordeste do Brasil. Recife: Editora Universitária UFPE, 2013.
CAUQUELIN, Anne. A invenção d paisagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
CLIFFORD, Derek. Los jardines. História, trazado, arte... Madrid: Instituto de Estudios de Administración Local, 1970.
CONAN, Michel (ed.). Perspectives on Garden Histories. Washington D.C.: Dumbarton Oaks, 1999.
CLARK, Kenneth. Paisagem na arte. Lisboa: Ulisseia, 1961.
BROWNLEE, Peter John; PICCOLI, Valéria; UHLYARIK, Georgiana (Ed). Paisagem nas américas. Pinturas da Terra do Fogo ao Ártico. São Paulo: Pinacoteca, 2016.
DOURADO, Guilherme Mazza (Org.). Visões da paisagem. São Paulo: Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas, 1997.
DOURADO, Guilherme Mazza. Belle époque dos jardins. São Paulo: Editora Senac São PaulO, 2011.
DOURADO, Guilherme Mazza. Modernidade verde: jardins de Burle Marx. São Paulo: Editora Senac São Paulo; Edusp, 2009.
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FARAH, Ivete, SCHLEE, Mônica Bahia, TARDIN, Raquel (Org.). Arquitetura paisagística contemporânea no Brasil. São Paulo: Editora Sebac São Paulo, 2010.
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HETZEL, Bia, NEGREIROS, Silvia (Org.). Glaziou e as raízes do paisagismo no Brasil. Rio de Janeiro: Manati, 2011.
HUNT, John Dixon. Garden History: Issues, Approaches, Methods. Washington D.C., Dumbarton Oaks, 1989
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