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POR QUE PRECISO REFLETIR (texto de esclarecimento)?


Euler Sandeville Jr,
18/06/2018


Como cristão enfrento dúvidas e desafios pessoais, e até preconceitos, nem sempre direcionados especificamente a mim, mas dentro dos quais acabo sendo incluído por declarar minha fé. Claro, também por (de)mérito próprio, já que sou por demais imperfeito e inacabado. Parece que sirvo de prova ao que Jesus disse: não vim chamar os que se acham justos, mas pecadores ao arrependimento. Pareceu-me oportuno, ou necessário, refletir, e esses posts numerados são um pouco desse haver-me comigo, com Deus e com vocês. Estou no primeiro bloco dessas repetições, cada bloco – I, II, … – terá seus capítulos sobre os quais estou meditando, a partir de uma perspectiva de vida cristã. Neste terceiro da primeira série, tratarei de A. COISAS QUE PERDERAM O SENTIDO, B. COISAS QUE NÃO TÊM SENTIDO, C. COISAS QUE PRECISAM TER SENTIDO.


         A. COISAS QUE PERDERAM O SENTIDO


Uma série de palavras que já tiveram um significado caíram no estereótipo. Por exemplo, “evangélico”, de referente ao Evangelho, que significa as boas novas de salvação em Cristo, ou ainda aos quatro evangelhos que contam seus ensinos, passamos a uma forma de comportamento, do vestir-se, disso ou daquilo. Outra palavra, “crente”, de significar aquele que crê (em Deus) passou a ser um grupo muito específico de pessoas que creem. Aí me perguntam: “você é crente”. E tenho que dizer que não. Que alternativa me sobra? “Então é evangélico?”. “Bom, da forma que você pensa, não”. “Então o que é?” “Sou cristão”. “Mas de qual denominação?”. Aí eu vejo que não vai entender mesmo.


         B. COISAS QUE NÃO TÊM SENTIDO


Uma outra coisa que ouço – e se pensar bem esta é inaceitável, tendo tornado-se tão corriqueira que parece ser natural, mas simplesmente não existe, embora dita por intelectuais de vários matizes – é sobre uma tal de “sociedade judaico-cristã”, ou “civilização ocidental-cristã”. Sem entrar na evidente contradição conceitual, material e histórica de uma tal afirmação, fico me perguntando o que a palavra cristã faz aí. Não há uma sociedade cristã. Nunca houve, e da forma como temos construído a sociedade, não haverá por nossa fatura. Certa vez alguém logo respondeu: “e eu não quero que haja!”. Bom, não se preocupe então, porque não há tal coisa e não é nela que você está.

Para ser cristã teria de se referir aos princípios e à fé cristã – parece óbvio. Não me refiro às regras, rezas e declarações, liturgias e fantasias, mas ao sentido verdadeiro de uma vida cristã, tal como consta nas Escrituras, aquela fé, aquele Espírito, aqueles valores. Vamos convir, se uma sociedade nega em seus atos e valores esses princípios, por definição, não seria correto denominá-la assim. Parece cristã a alguém a nossa sociedade? O que se faz com o “não matarás”? Com o “não cobiçarás o que é do seu próximo?”. Com “Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles. Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva…”. Fazemos exatamente o oposto. Só pode ser má vontade chamar de cristão o que não é, por definição, cristão.

Podia continuar, mas se você leu até aqui, merece uma mais engraçada. Um amigo escreveu na rede social, depois da frustração do 1×1 que comprometia as expectativas com o sucesso da seleção na copa de 2018, algo assim: “a seleção não emplacou com esses evangélicos”. O que uma coisa tem a ver com a outra e que visão de Deus pode estar por traz de uma frase tão pobre? É engraçado talvez, certamente faz parte de um círculo comunicativo, mas denota um certo preconceito de fundo (ou não tão fundo).


         C. COISAS QUE PRECISAM TER SENTIDO


Um cristão quer viver segundo a verdade. Isso não quer dizer que esteja pronto ou que não erre. Do contrário, nada mais teria a aprender, o que, obviamente, seria um contrassenso para nós, que somos humanos. Viver segundo a verdade não é simples em um mundo onde as coisas parecem não ter sentido ou as palavras podem ser usadas para dizer seu oposto, ou dizer nada. Onde moral se confunde com aparência e conveniência ao invés de apontar para a ética; onde a corrupção não é só aquela que está nos jornais, mas atravessa todos os extratos da sociedade em que vivemos. Não é assim? Onde as polaridades estão de tal forma acirradas, que você tem de ser visto dentro de uma definição que, por definição, é necessariamente antagônica às outras. Estar incluído em disputas ideológicas acirradíssimas que beiram o ridículo, o autoritarismo, o ódio não poucas vezes, de disputas por controle moral e moralizante (da esquerda à direita, o que quer que seja isso) das narrativas para controlar pensamentos e atos. De uma política partidária mesquinha que, achando-se sedutora, não deixa de ser um flerte mórbido com a própria ausência de limites. Se um cristão (como penso) não deve ser envolvido por ela, aliás, acho que ninguém deveria, ainda resta a questão de como lidar com isso, sobretudo quando essas questões afetam de modo tão intenso a todos aqueles com os quais convivemos.

Uma sociedade onde você tem que superar-se constantemente segundo outros princípios, não raro de competição e desempenho, que são opostos aos ensinamentos cristãos mais básicos. É muito fácil ser levado na corredeira, nem sempre é fácil perceber que se está nela. Mas um mundo onde impera a violência, a ambição desmedida, a indiferença, a injustiça, a ganância, é também o mundo no qual podemos escolher outro caminho, outro valor, onde podemos aprender a desenvolver e partilhar os bons sentimentos, praticar a solidariedade, nos importarmos, desenvolver os afetos, criar coisas novas e úteis para os demais.

Como cristão quero aprender e preciso aprender a caminhar em meio a isso tudo, sem tornar-me igual, sem fazer da diferença um estereótipo, porque tanto uma coisa quanto a outra seriam contrárias ao que Jesus nos ensinou. A única diferença que conta é a do coração e, sendo do coração, torna-se ato. Erramos muitas vezes, e o que define isso para nós (os cristãos) são as Escrituras. Todo erro é uma oportunidade de compreensão, superação, aprendizagem, de voltar-se para Deus e ouvi-lo. Também o acerto deve ser visto assim, não como uma coisa que se justifica em si, mas trazendo-o a Deus e ouvindo-o.

No entanto, não bastassem as lutas interiores, devemos existir e aprender a existir em campos tensos, contraditórios, povoados de sentimentos os mais diversos, onde nem tudo é maldade, nem tudo é bondade, onde há muita injustiça e uma banalização das relações. Qual o ponto de partida? O conhecimento de Deus, em Cristo. Qual o ponto de chegada? O conhecimento de Deus em Cristo. Qual a diferença então? Vou querer começar por aqui, e quando errar, porque infelizmente vou errar, senão não precisaria aprender, ajudem-me a acertar. O ponto de partida é o ponto de chegada, o caminho é o crescimento daquele que busca a Deus no amor:

Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mateus 22.37-39).

Nota de esclarecimento: “então é isso que é ser cristão, amar a Deus e ao próximo?”. Isso é, ou deve ser, uma decorrência natural e uma consequência espiritual de ser cristão. Ser cristão é a certeza e confiança no Deus invisível, Criador de tudo e de todos, por meio de Jesus Cristo, que veio em carne, morreu e ressuscitou. Ser cristão é entregar-se de todo coração a Deus em Cristo como seu Senhor e segui-lo.


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