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COMO FAÇO PARA SER SALVO?


Euler Sandeville Jr,
São Paulo, 02 de maio de 2016, esta versão: dezembro de 2019



Depois, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar? Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.

Portanto, rigorosamente, você não faz nada, você crê no Senhor. Jesus já fez o que você não podia fazer. Você confia nele e se entrega a Ele:

Ora, quando iam de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude. Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lucas 10.38-42).

O que podemos oferecer a Deus que Ele já não tenha? Ou que podemos dar que seja puro diante daquele que é perfeito? As boas intenções de nosso coração coexistem com aquelas que não são puras, quando não se misturam a elas: como seriam aceitáveis diante daquele que é puro?

Como subsistiria a impureza na sua presença, como a finitude poderia contemplar o infinito, o Criador? Por nós mesmos, por nossos esforços, isso é impossível, mesmo que possamos fazer boas coisas. E certamente devemos fazê-las (“O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal” Lucas 6.45).

Mas em si mesmas as coisas que fazemos não nos podem colocar diante da santidade e da grandeza de Deus. Nossos olhos não podem nem mesmo contemplá-lo diretamente, senão por uma intuição em nossos corações da sua presença na criação, como uma chama em nosso âmago nos indicando a eternidade Eclesiastes 3.11.

Estamos em condição de desejar e buscar a Deus, de amá-lo, mas não de operar a nossa própria transformação, de fazermos algo para sermos salvos dos erros entranhados em nossa natureza. Para isso precisamos do próprio Deus, de que Ele nos alcance e nos transforme.

Uma macieira, por mais que se esforce e seja bem intencionada, não pode se tornar uma laranjeira, nem uma laranjeira, por mais que se esforce e seja bem intencionada, pode se tornar uma macieira, está além de nossas possibilidades. Talvez você diga, então a macieira deve ser macieira e a laranjeira deve ser laranjeira. Agora está entendendo então. Não podemos ser o que não somos. Mas, para Deus, nada é impossível.

A Bíblia diz que é apenas através de Jesus que somos salvos: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” (Atos 4.10-12).

Mas, então, como se é salvo através do nome de Jesus? Como opera esse nome? Obviamente, não se trata de pronunciar um nome, mesmo que você o tenha por sagrado. Foi Jesus mesmo, cujo nome significa “Deus é a salvação”, quem nos advertiu que o mero falar seu nome não nos coloca caminhando com Ele:

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. (Mateus 7.21-23)

Ora, o texto obviamente não se refere à mera pronúncia do nome em si, mas ao próprio Jesus ressurrecto. É a Ele que você deve dirigir-se. É com Ele que deve falar:

Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes (Mateus 6.6-8).

Portanto, ore a Deus em Cristo, falando a Ele o que vai em seu coração, e abra seu coração a Ele. Deus nos vê como somos, portanto é indispensável ser sincero e confessar-lhe que deseja viver com Ele, para Ele, que Ele é o Senhor (este é o sentido de “se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor”, não o mero falar). Daí a importância do coração (como está no mesmo verso: “é com o coração que se crê para a justiça”).

Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. (Romanos 10.9,10)

Talvez não tenhamos a fé toda necessária, mas podemos buscá-lo, desejar conhecer a Deus. Ele nos disse que todo aquele que for a Ele, Ele não o lançará fora, João 6.37 e que a todo o que bater, abrir-se-lhe-á a porta da salvação Mateus 7.7,8.

Mas o que é salvação? É o resgate da morte, da nossa condição distante de Deus. O pecado e a imperfeição não subsistem em sua presença, simplesmente seríamos consumidos se nos colocássemos nesta condição em sua presença.

Porém, pela morte e ressurreição de Cristo em nosso favor podemos nascer de novo espiritualmente, e assim nos achegarmos a Ele. Estávamos perdidos, ou seja, afastados de Deus em nossa natureza. Deus é vida, e o estar afastado dele é estar sob o domínio da morte, não apenas do corpo, mas de todo o ser, do espírito.

Como a morte do corpo não é o fim da existência, morrer afastado de Deus é como passar para a eternidade em um lugar escuro e solitário, nosso próprio eu. A salvação é, portanto, podermos nos achegar a Deus nesta vida passageira e na eterna estarmos na sua presença. O que só é possível através de Jesus.

Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (João 14.8,9)

no amor de Cristo,



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notas



1 Eclesiastes 3.11: Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.


2 João 6.37-40: Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. orque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.


3 Mateus 7.7,8: Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. 



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