A pesquisa é a principal expressão da linha de pesquisa docente indicada como Paisagem, Cultura e Participação Social: Paisagens Partilhadas e Paisagens Educativas, desenvolvida no Núcleo de Estudos da Paisagem -NEP.
O que caracteriza o trabalho é a conexão essencial entre pesquisa e aprendizagem partilhada e colaborativa entre os pesquisadores e na construção de conhecimento com comunidades e escolas públicas, superando a separação entre Ensino, Pesquisa e Extensão no processo acadêmico de construção de conhecimento. Era necessário agora verificar a base empírica da proposição de estudo das paisagens como experiências partilhadas. Com a criação do grupo de pesquisa em 2003 e com o ingresso de pós-graduandos e graduandos no Núcleo a partir de 2004 isso foi possível.
Até 2008, além das pesquisas que dão conta de uma ampla aproximação das questões da paisagem, foi possível iniciar uma série de experimentações colaborativas com parceiros externos à universidade associada muitas vezes a experiências didáticas. Envolveu nessa primeira fase estudos em São Paulo em áreas periféricas, no interior e no litoral do Estado de São Paulo e em áreas rurais ou tradicionais no interior do estado de São Paulo com comunidades quilombolas e em outros Estados, com comunidades rurais em Minas Gerais. A pesquisa deu origem em 2003 ao Núcleo de Estudos da Paisagem e em 2005 ao grupo de pesquisa Paisagem Cultura e Participação Social e ao Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LABCIDADE).
O projeto possui potencial de inovação de produtos, processos ou serviços? Qual o potencial de inovação do projeto? Sim: processos colaborativos de trabalho e tomada de decisão, urbanismo colaborativo de baixo custo, construção de conhecimento através da participação social, processos educativos na paisagem
FASE 2: POTENCIALIDADES DA PAISAGEM E PROCESSOS COLABORATIVOS DE APRENDIZAGEM E AÇÃO. 2007-2012
A partir de 2009, era interessante pensar uma nova estratégia de investigação dessa base empírica, que permitisse estabelecer um vínculo e uma cooperação no entendimento da base territorial, o que foi feito adotando-se a Região Metropolitana de São Paulo como área prioritária de estudos do grupo, sendo que a partir de 2009 as frentes de experimentação colaborativa e didática estabeleceram um diálogo crescente com os pesquisadores em suas áreas de pesquisa.
Por volta de 2011 os avanços já mostravam o acerto dessa estratégia tanto na dinâmica interna do grupo quanto na discussão da cidade, sugerindo a possibilidade, de fato adotada, de uma maior convergência das pesquisas no grupo, a par de uma maior capacidade de ação do grupo com parceiros externos. Essa estratégia permitiu adotar frentes temáticas de estudo, sendo a que possibilitou uma maior investigação do Núcleo na região de mananciais ao sul, a partir das experiências acumuladas nas disciplinas e nas ações participativas – em especial Atibaia, Pirajussara, Heliópolis, Brasilândia.
A adoção de recortes espaciais apoia-se em uma estratégia de construção do conhecimento e da ação institucional do grupo, deixando de ser apenas áreas de aplicação. Trata-se efetivamente de uma estratégia que permite avançar gradualmente os trabalhos. O recorte territorial não é apenas uma área de estudo entre outras. É mais do que uma opção metodológica e distanciada. Decorre de opções vitais, de experiências vividas, de desejos e de possibilidades cognitivas muito ricas, que se realizam no diálogo intenso com outros viventes no mundo, em um crescimento que exige tempo. É um espaço de descoberta da vida.
Os estudos e vivências têm possibilitado também compreender, ao menos em alguma medida, interações escalares em um âmbito regional. Destacam-se uma série de projetos com comunidades no Heliópolis, Vila Maria e Brasilândia. De fundamental importância foi a cooperação na Brasilândia em defesa de direitos de população a ser removida pela implantação do Rodoanel. Foram importantes alguns trabalhos institucionais na zona sul, envolvendo grupos de pesquisa da Universidade em torno de questões de gestão ambiental e de compensação ambiental, que foram um estímulo para um grupo de trabalho na região de mananciais na próxima etapa das pesquisas.
O projeto possui potencial de inovação de produtos, processos ou serviços? Qual o potencial de inovação do projeto? Sim: processos colaborativos de trabalho e tomada de decisão, urbanismo colaborativo de baixo custo, legislação urbanística e ambiental, construção de conhecimento através da participação social, processos coletivos de estudo e proteção da natureza, integração de grupos de pesquisa e políticas públicas
FASE 3: POTENCIALIDADES DA PAISAGEM E UNIVERSIDADE LIVRE E COLABORATIVA. 2010-2016.
Com os trabalhos desenvolvidos em Atibaia, na Brasilândia e no Heliópolis, sobretudo nesses dois com a integração de disciplinas com as pesquisas de Cecilia Angileli e Claudia Cruz, e com trabalhos desenvolvidos com outras Unidades da USP e autônomos com coletivos de cultura centrais e periféricos, sobretudo entre 2008 e 2010, foi possível pensar em uma nova síntese dos trabalhos experimentais do grupo.
Em 2011 em decorrência desse processo, e da pareceria inicial com o coletivo Quilombaque e depois com o Projeto Coruja, houve condições de avançar na região de Perus com a ideia da Universidade Livre e Colaborativa. Inicialmente a entendíamos como o oferecimento de disciplinas de graduação e pós organizadas conjuntamente com parceiros externos e ministradas nessas localidades, integradas se possível com pesquisas e projetos de formação de professores, lideranças etc.
Novas condições surgiram com os trabalhos realizados com professores, artistas jovens e lideranças de Perus a partir de 2012. Com isso, direcionamos as prioridades de investigação para a região noroeste, definida como região Cantareira/Juqueri/Jaraguá, que estava na origem das intenções do grupo em 2003, mas apenas as pesquisas na Brasilândia haviam prosperado de modo mais significativo com o trabalho de Cecilia Angileli. Os trabalhos na Área de mananciais a partir de 2008 e na região noroeste a partir de 2012, com os antecedentes na Brasilândia que infelizmente não tiveram continuidade, desenham o foco pretendido para o Núcleo de estudos da Paisagem nessa linha de pesquisa.
Complementarmente, mantemos um interesse prioritário de pesquisa na região centro-oeste. Desenvolveu o programa Universidade Livre e Colaborativa inicialmente em Atibaia, Brasilândia, Heliópolis, entre outros, e especialmente em Perus, Anhanguera e Jaraguá com moradores, educadores, coletivos culturais e lideranças indígenas da região. Desenvolveu a concepção e criação da legislação urbanística dos Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem entre outros desdobramentos importantes. Principais regiões estudadas, de vivências e ações: APRM Guarapiranga, APA Bororé-Colônia, Interflúvio Guarapiranga/Billings, Ocupação Prestes Maia, Ocupação Mauá, Jardim Pantanal, APA do Tietê, Jacú-Pêssego, Perus, Anhanguera, Jaraguá, Jundiaí, estudos de patrimônio na Ilha de Moçambique (Moçambique). Regiões em projetos integrados de proteção e restauração da natureza em parques de compensação ambiental no Taboão, Embu das Artes, Itapecerica, São Paulo, São Bernardo, Santo André.
O projeto possui potencial de inovação de produtos, processos ou serviços? Qual o potencial de inovação do projeto? Sim: processos colaborativos de trabalho e tomada de decisão, urbanismo colaborativo de baixo custo, legislação urbanística e ambiental, construção de conhecimento através da participação social, processos educativos na paisagem, formação de professores de escolas públicas
FASE 4: PAISAGENS EDUCATIVAS E PROCESSOS COLABORATIVOS DE APRENDIZAGEM. 2017-...
A pesquisa é a principal expressão da linha de pesquisa docente indicada como Paisagem, Cultura e Participação Social: Paisagens Partilhadas e Paisagens Educativas, desenvolvida no Núcleo de Estudos da Paisagem -NEP. O que caracteriza o trabalho é a conexão essencial entre pesquisa e aprendizagem partilhada e colaborativa entre os pesquisadores e na construção de conhecimento com comunidades e escolas públicas, superando a separação entre Ensino, Pesquisa e Extensão no processo acadêmico de construção de conhecimento.
É inevitável a interface propositiva com instâncias da gestão e das políticas públicas a partir da apreensão crítica das percepções, valorações, modos próprios de construir e significar paisagens das comunidades envolvidas e do conhecimento acadêmico sobre a natureza e a cidade. De natureza fortemente experimental, crítica e colaborativa, os trabalhos, iniciados em 2002, a partir de meados de 2017 estão entrando em uma quarta fase, com as primeiras experimentações e parcerias sendo construídas em 2018 a par da construção em processo da proposta, como caracteriza o Núcleo de Estudos da Paisagem. O novo programa voltado para ações colaborativas em parceria com escolas públicas de interpretação sensível da paisagem natural e urbana e formação de professores em torno dessas questões. As parcerias expandiram para a integração também com a saúde e Assistência social
O projeto possui potencial de inovação de produtos, processos ou serviços? Qual o potencial de inovação do projeto? Sim: construção de conhecimento através da participação social, processos educativos na paisagem, projetos de formação de professores de escolas públicas, agentes comunitários e profissionais dos setores mencionados, voltados para projetos de fruição, interpretação e proteção da natureza e da paisagem urbana e de seus processos de transformação e valoração e para suporte à melhoria das condições de vida.