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NA REDE


Seja bem vinda, seja bem vindo!

O berço dos indígenas desta parte da América parece ter sido a tipoia ou faixa de pano prendendo a criança às costas da mãe, e a rede pequena. {…} É interessante para os brasileiros o fato de que a rede ameríndia para adultos – cama ambulante e móvel – tornou-se conhecida na Europa ou, pelo menso, na Inglaterra, sob o nome de “cama brasileira” (“Brazil bed“). […]

A rede, entretanto, pode ser considerada manifestação já artística do gosto de repouso combinado com o prazer do movimento, que se comunicou dos indígenas da América aos primeiros conquistadores europeus do continente, entre os quais o próprio Cristóvão Colombo em 1492.

Gilberto Freyre, Casa-Grande e Senzala, 1933 (2006, p. 248)

Gilberto Freire observou na rede que nos é tão acolhedora em seu balanço arcaico e cadenciado, quase hipnótico, o presente e o ausente de conteúdos culturais de longa duração, heranças de outros tempos de nossa hibridização cultural e signos duros de nossas contradições.

Podemos começar então usufruindo com cuidado o estar na rede. Bem, temos muito o que aprender sobre as redes que nos conectam – corpos e imaginação -, essas tão agradáveis, de tempos antigos, do descanso e da sociabilidade, e essas dos tempos presentes, 24/7, teias de consumo da individualidade e do privado e de esquecimento do sentido público e coletivo, quando tudo, inclusive o corpo, as vontades, os desejos e a política são mercadorias voláteis, sob o olhar contínuo (de si mesmo) e o medo do esquecimento.

Sim, também teias de circulação de informações e ideias, de todos os tempos, que enredam-nos e se interconectam sem desvelar seus tempos ou lugares, em um jogo em que revelam-se e escondem-se em pontos inimagináveis. Explicitam-nos, enquanto tentamos desvendá-las ou simplesmente navegá-las. Observam, enquanto as observamos. São ainda redes sobre abismos imensos, sobre os quais não necessariamente tecem pontes, aumentando assim distâncias e separações das margens que, ao mesmo tempo, aqui e ali, quase se tocam. Temos agora que reler e ressignificar essas novas redes e as antigas, de um modo mais humano e mais justo.

Portanto, este projeto não é seu conteúdo, mas sua síntese e vivência inacabadas, em indagação. Mas pretende ser também um repositório em processo. Neste sítio você vai encontrar minhas indagações povoando as disciplinas que ofereço e seus conteúdos programáticos, minhas pesquisas, projetos e publicações, aprendizado em paisagens partilhadas com outros em uma persistente busca de transformá-las com sentido público e solidário, estudos em história da cultura, material de apoio didático e minha trajetória poética na natureza e no tempo através de labirintos e horizontes dos sonhos e do aprendizado e muito +.

Vamos visitar os mesmos lugares em tempos diferentes, indagar as mudanças de significação, os esforços coletivos, as permanências e compreender paisagens para transformá-las.

Euler Sandeville Jr., fevereiro de 2023


Fazenda Santa Teresa do Alto, foto de Euler Sandeville, 1912, de um ângulo próximo ao retratado nas próximas imagens, mas as ausências e mudanças revelam muito sobre as distâncias a partir das quais contemplamos e discutimos as paisagens de hoje, de ontem hoje, e as que desejamos de hoje para nosso amanhã

vamos estudar as Representações do Brasil,


Oswald e Tarsila na rede na Fazenda Santa Teresa do Alto, s/d

estudar processos colaborativos,


Da direita para a esquerda: Dulce (a primeira), Oswald (o terceiro), Tarsila (a quarta), Mario (o quinto, na janela) na Fazenda Santa Teresa do Alto, s/d

ter acesso a publicações,


Mário na rede (Lasar Segall, 1929. Ponta-seca sobre papel, 32 x 25,5 cm. Acervo Museu Lasar Segall

compreender as persistências que reinterpretamos,


Ilustração de Carybé para o livro macunaíma, de Mário de Andrade. De uma série de ilustrações em bico de pena e nanquim feitas em 1943 para uma edição do livro, que não chegou a ser publicada, e foram retomada em uma edição de 1978 pela EDUSP.

percebendo a longa duração dinâmica das representações.


Figure des Brasiliens (n “Festa dos Brasileiros”), Rouen, 1550, quando da entrada do rei Henrique II e sua esposa, Catarina de Médici na cidade em 1° e 2 de outubro de 1550. “Realizaram-se encenações que envolveram cerca de 50 indígenas trazidos da colônia do Brasil, além de 250 marinheiros normandos e bretões habituados à terra nova e falantes de tupi, postos como figurantes fantasiados de silvícolas, e mulheres francesas (alguns apontam como prostitutas locais) nos papéis femininos.” (wikipedia).

Mas essas não são as únicas redes que devem nos acolher e atrair os nosso olhar. Há também as redes do trabalho conjunto desse imenso e contraditório habitar humano a paisagem, que devem nos fazer pensar quais redes devemos puxar e a dimensão histórica e contemporânea dos desafios que temos de enfrentar e superar, com criatividade, afeto, esforço e solidariedade, partindo de novos esboços da realidade,


João Cândido Portinari, Puxada da Rede, caderno de esboço do artista com caneta-tinteiro-32x24cm, Rio de Janeiro, Sem assinatura e sem data 1959. Disponível em artsandculture



Para citar:

SANDEVILLE JR., Euler. (Euler Sandeville) na rede. São Paulo: Projeto Biosphera21 [Ensino e Pesquisa + A Natureza e o Tempo] online, 2023.









Aprender entre outros, uns com os outros, para gerar ideias de ações melhores para o Século 21.
O mundo que ajudarmos a construir, sabendo disso ou não, é aquele em que viveremos.
O mundo não será diferente das atitudes que tomamos.



Animação de Euler Sandeville, provável 2001


religare ↑

espiral da sensibilidade e do conhecimento ↑



uma proposta de Euler Sandeville Jr.



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